quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A MARCA DA APOSTASIA É ABANDONAR AS ESCRITURAS





Ao ler II Tessalonicenses 2:10, fico impressionado com uma marca distinta dos cristãos que serão enganados pelo anticristo: não receberam o amor da verdade para se salvarem. Esse amor, nada mais é do que uma paixão espiritual pela palavra de Deus. Jesus mesmo disse: “santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17:17), portanto a palavra de Deus é uma coluna básica da estrutura do verdadeiro cristianismo. Paulo em II Timoteo 3:16 e 17 foi muito claro com relação ao assunto. A palavra de Deus, seu estudo diligente, sua aplicação diária e a meditação nas santas palavras devem ocupar um lugar proeminente, não somente nos lares evangélicos, não somente em cada coração, mas também em cada púlpito. Mas que vimos hoje é uma inversão de valores. Os modismos e substituição da palavra pregada por certos sinais e maravilhas, as mensagens psicológicas carregadas de emocionalismo, os contos sensacionalistas e os hinos que arrebatam os sentidos promovendo um triunfalismo imediato para os ouvintes tem sido uma marca distinta em muitas igrejas pentecostais e carismáticas. O sacro está sendo substituído pelo mágico, e o povo está sendo iludido por uma falsa espiritualidade, que não promove uma verdadeira transformação e nem mesmo promove um ambiente de pureza espiritual, mas um ambiente de confusão. A palavra está perdendo o seu devido lugar na vida congregacional, familiar e pessoal de muitos evangélicos. Ricardo de Haan, em um opúsculo sobre o Anticristo e o Armagedom, já advertia sobre esse desvio na cristandade protestante dos últimos dias: “... Estamos vivendo em um período de grande declínio espiritual e moral. Por todos os lados Deus é negado, a bíblia é desprezada, as leis morais são abertamente transgredidas, e o espírito de rebelião é fomentado” Ricardo de Haan então conclui: “é uma tragédia eu alguns lideres religiosos tenham abandonado de vez a pregação do evangelho de Cristo”. A aceleração de uma cristandade apostata que não está preparada para a vinda de Cristo se revela como um enorme número os que se dizem “evangélicos” mas que abandonaram os cultos de ensinos bíblicos por cultos carnais e sensacionalistas carregados de supostos sinais e intervenções sobrenaturais que não produzem frutos espirituais dignos de serem classificados como obra resultante da ação do Espírito Santo. Essa distorção ou substituição do culto racional por modismos pluralizados por um amalgama de sincretismo mágico religioso tem marcado a vida de muitas igrejas pentecostais que se abriram para toda a sorte de manifestações espirituais sem usar de discernimento e cautela com relação ao campo minado das manifestações sobrenaturais sem um respaldo bíblico e sem uma monitoração fiel aos princípios evangélicos que regem a vida espiritual da igreja. O teólogo E. H. Bancroft afirmava que: “Nossa atitude para com as escrituras em si é que determina em grande parte os conceitos e conclusões que tiramos de seus ensinamentos. Se a temos em conta de autoridade plena nos assuntos de que tratam, então suas afirmações positivas constituem para nós a única base da doutrina cristã”. Se isso é uma verdade que marcou o protestantismo evangélico, inclusive o pentecostalismo tradicional, então porque esse sério desvio nesses últimos tempos? Um dos maiores pregadores evangélicos, Charles Spurgeon, afirmou: “A bíblia, toda a bíblia e nada mais do que a bíblia, é a religião da igreja de Cristo”. A nata da igreja está sendo substituída pelo veneno da irracionalidade, e o resultado será desastroso para muitos. Há um sério desvio, uma franca apostasia se desenvolvendo dentro de muitas denominações, mas ainda há tempo de retroceder. Precisamos nos despertar para a realidade da suficiência das escrituras, amar a beleza de seus ensinos. Quando as palavras de Cristo são desprezadas, o próprio Cristo é desprezado. Quando os ensinos que foram inspirados pelo Espírito Santo são desprezados, o próprio Espírito Santo é desprezado. Acaso esse não é um desvio sério? A periculosidade do desprezo das escrituras na vida espiritual é tão sério, que precisamos de muitos profetas para advertir muitos cristãos sinceros sobre esse problema no atual estagio do cristianismo. Infelizmente estamos vivemos numa época em que os crentes estão procurando substituir o “assim diz o Senhor” infalível das escrituras pelo “Assim diz o senhor” dos falíveis profetas do nosso tempo, que devem estar totalmente sujeitos aos princípios estabelecidos nas escrituras. Que essa mensagem possa servir de advertência para muitos. Porque a bíblia ainda não perdeu a sua validade, a bandeira do “sola scriptura” deve permanecer hasteada em nossas igrejas, como um marco de conquista e de amor pelo Senhor, que nos presenteou com um livro que revela as fontes secretas da sua vontade e de seu coração. “A lei ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Isaias 8:20). Em tempos de confusão espiritual, é preferível a bíblia sem milagres, do que milagres sem a bíblia.

CLAVIO JUVENAL JACINTO

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