É bem provável que você nunca tenha ouvido falar sobre essa denominação, acontece que é um termo genérico, aplicada a todos aqueles ministérios que praticam simonia. Afinal de contas o que é simonia? Segundo a definição comum: Simonia é a venda de "favores divinos", bençãos, cargos eclesiásticos, promessa de prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, etc. em troca de dinheiro. A etimologia da palavra provém de Simão Mago, personagem referido nos Atos dos Apóstolos (8, 18-19), que procurou comprar de São Pedro o poder de transmitir pela imposição das mãos o Espírito Santo ou de efetuar milagres.(1)
Em atos dos Apóstolos 8:8 a 24 vimos a história de Simão Mágico, como era um impostor e enganador, e como quis fazer negocio com os dons divinos, querendo adquiri-los de forma ilícita, oferecendo dinheiro aos apóstolos, e como foi repreendido duramente por causa disso.
Esse mal tem se repetido e infestado as igrejas modernas, de tal modo que a simonia é vista como algo comum em nossos dias. A comunidade cristã de Atos dos apóstolos, não praticava esse tipo de coisa. Embora seja verdade que muitos vendiam suas propriedades e colocavam o dinheiro aos pés dos apostolos, isso não era um jogo de troca com DEUS, todo o sistema financeiro funcionava completamente difrente como vimos hoje. As finanças não eram centralizadas para construir impérios pessoais para os lideres, mas eram repartidos por quem tinham necessidades(Atos 2:44). As orações não eram vendidas, não havia comércio de orações e votos no cristianimso primitivo, a igreja era composta de um grupo de homens transformados, para compartilhar, e não para explorar as pessoas. O ensino de Jesus com relação a isso era claro: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10:8). Como hoje pessoas que se dizem cristãs podem exigir dinheiro em troca de oração? Como hoje então se fazem votos, com envelopes para arrecadar dinheiro, nas campanhas de conquistas de milagres, cuja a base simplesmente é a mercantilização do evangelho?
Simão queria comercializar o dom de DEUS, muitos estão fazendo descaradamente isso hoje, e se o ministério de CRISTO fosse seguido de perto hoje, pela maioria dessas pessoas que afirmam serem apóstolos, pastores e bispos, seus ministérios estraim arruinados desde o primeiro dia, porque JESUS enfatizou um ministério de restauração de pessoas que viviam na marginalidade, sem dinheiro e sem pertences, eram leprosos, mendigos, viúvas e pobres, e sua postura com relação a Zaqueu ele nunca exigiu que fosse dado um único centavo para seu ministério, e aprovou silenciosamente quando Zaqueu afirmou que ia restituir tudo o que tinha roubado.
A simonia religiosa é um mal abominável. E com relação aos lideres primitivos não havia essa doentia avareza que vimos hoje: “Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. (At 8:20). Que contraste, com o que vimos hoje, O autor da epistola aos Hebreus também adverte: “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hb 13:5) e Paulo associa amor ao dinheiro com idolatria. “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria” (Cl 3:5) ele também associa idolatria com culto aos demônios. “Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.” (1Co 10:20)
A igreja foi estabelecida para dar aos pobres, e não para tirar dos pobres, digo sem medo de qualquer equivoco, que a igreja é o organismo espiritual que deve dar a paz, a benção, a segurança, a luz de CRISTO, deve dar a verdade aos perdidos, e por favor, a palavra é bem enfática: DAR e não vender. Somos chamados para sermos doadores e não exploradores das massas, e ainda digo mais que o evangelho foi instituído dentro de uma simplicidade tão grande que ele pode funcionar de modo bem simples, sem apelar para custos altíssimos, desenvolvidos por metodologias complexas centralizadas em minsiterios pessoais, onde o líder usufrui de benefícios materiais extravagantes, como se o evangelho fosse uma agencia executiva secular, essas aberrações que vimos ai, é uma afronta ao minsterio simples de CRISTO, dos apóstolos e da igreja primitiva, se muitos cristãos antigos caíram no erro monástico da castidade de bens terrenos, fazendo voto de extrema pobreza, os cristãos modernos, estão sendo chamados para o oposto, votos de avareza.
E por incrível que pareça, o único sistema espiritual na época da igreja primitiva que dava lucro, eram as religiões ocultistas como podemos perceber muito bem nessas palavras: “E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.” (At 16:16) e também o sistema idolatra demoníaco pagão contemporâneo a Paulo “Porque um certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices,”(At 19:24)
Agora veja bem, Paulo associa a simonia com a corrupção mental e espiritual: “Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. “(1Tm 6:5)
Essas palavras são muito claras, para serem desprezadas. A piedade NÃO é fonte de LUCRO. Então porque vimos toda essa onde de mercantilismo religioso? Porque muitas igrejas e ministérios são motivados pelo espírito de Simão Mágico; suas motivações não são diferentes, e por isso mesmo.
É exatamente nesse sentido decadente da produção ecelsiaçl simonica que A. W. Tozer escreveu: “"Hoje temos o espantoso espetáculo de milhões a ser derramado na tarefa de proporcionar irreligioso entretenimento terreno aos chamados filhos do céu. Entretenimento religioso é, em muitos lugares rápido meio de se esvaziar as sérias coisas de Deus. Muitas igrejas nestes dias tornaram-se pouco mais do que pobres teatros de quinta categoria onde se "produz" e mercadeja falsos “espetáculos” com a plena aprovação dos líderes evangélicos, que podem até mesmo citar um texto sagrado em defesa de suas delinqüências. E dificilmente um homem se atreve a levantar a voz contra isso. "
A simonização da igreja moderna, vem se acelerando desde a década de 1980, o cenário de lá para cá cada vez mais declinou para os mais vergonhosos escândalos . O que vimos hoje em diversos setores do movimento de teologia da prosperidade, é anátema a luz do evangelho da graça e da simplicidade. O clichê protestante atual é o materialismo a todo custo em troca de um evangelho que não custa nada. Todas as tendências materialistas levam para a entronização do deus mamom, e talvez, sabe-se lá, um dia Simão o mágico não teria sido seu sacerdote mor?
Hoje vimos um sistema simonico que apela para o enriquecimento ministerial de alguns as custas da exploração
Alheia, contrariando as escrituras: “Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência.” (Gl 2:10)
Na verdade muitos tem se lembrado apenas dos dízimos e das ofertas dos pobres, para viverem de forma luxuriante. Mas Paulo aqui ensina que os pobres deveriam ser assistidos pela igreja. Não estou aqui defendendo um evangelho social, mas apenas expondo que o evangelho social faz parte do papel da igreja, nossa mensagem deve ser a apresentação da salvação de graça e pela graça, dar o pão da vida sem omitir o pão físico.
As igrejas simonicas não estão interessadas nisso, querem apenas erguer impérios, a custa do dinheiro do povo, que é sugado pela pratica da simonia, comercializa-se as orações, votos, amuletos e milagres e outras mercadorias religiosas.
A bíblia adverte sobre a vinda desse tipo de religião mercenária, desse evangelho falsificado, o aparecimento de falsos mestres e religiosos enganadores que farão isso: “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” (2Pe 2:3)
Fuja das igrejas simonicas, dos ministérios cuja características são marcadas pela pratica da simonia, e procure uma igreja genuinamente cristã, conservadora e que tenha compromisso com a santidade, com a separação do mundo e com as verdades evangélicas.
Clavio Juvenal Jacinto