segunda-feira, 22 de março de 2010

Cristão ou relativista pragmático?

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. (Mt 5:37)
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. (Tiago 1:17)



DEFINIÇÃO DE TERMOS:

Pragmatismo: é a doutrina “cuja tese fundamental é que a verdade de uma doutrina consiste no fato de que ela seja útil e propicie alguma espécie de êxito ou satisfação”

Relativismo: “Atitude ou doutrina que afirma que as verdades (morais, religiosas, políticas, científicas, etc.) variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos.
(Extraído do dicionário Aurélio)

Fico a imaginar como pessoas que se dizem cristãs, podem abandonar os absolutos bíblicos, para se enveredarem nos conceitos relativistas de ver as coisas. Nesse mundo de complexidades, a imagem do evangelho vem se degenerando, justamente porque o relativismo vem se infiltrando no pensamento cristão, e o pragmatismo não foge a regra. A teoria de que o fim justifica os meios, é até certo ponto libertina, abominável. Vejamos, por exemplo, a argumentação de uma liderança, que não mais usa um absoluto bíblico, como a disciplina de membros, argumentando que pode correr o risco de que pode perder o membro para outra denominação, ou ainda a conduta do líder que faz “vista grossa’ para atos e comportamentos indecentes dos membros, sem aplicar disciplina, por que acha que mais vale um membro fraquinho dentro da igreja do que se desviando para o mundo, é uma aberração. Os fins justificam os meios? Se teatralizar e dramatizar os cultos atraem os pecadores e os crentes ficam mais a vontade, então isso deve ser considerado certo? A visão deturpada de muitos cristãos, é que se algo gera resultado, isso é de Deus. Mas que tipo de resultado? Uma congregação cheia de pessoas iludidas por um evangelho fácil, não é uma obra divina. A arte de impressionar as pessoas também vem sendo um meio muito sagaz de aplicar o relativismo e o pragmatismo. Uma vez que pessoas sem santificação falam línguas e profetizam, então esse negocio de santificação e consagração é acessório descartável dentro da igreja. O relativismo deteriora os conceitos da verdade. Significa que aquilo que era pecado, agora não é. Vejamos a questão do divorcio. Muitos defenderam a visão bíblica do casamento, como algo indissolúvel, mas agora aceitam o divorcio como uma alternativa. Muitos foram defensores da causa da separação do mundanismo, e que os crentes deveriam se comportar como santos e não como mundanos. Hoje mudaram de idéia, já defendem uma espécie de relativismo. A verdade pode mudar de acordo com a situação, a verdade é manipulável pela filosofia do homem, e pode ser adaptada aos conceitos e caprichos humanos. Isso tem levado nosso cristianismo contemporâneo a ser um gerador de escândalos sociais ao invés de ser uma benção para a sociedade. A verdade é que o relativismo e o pragmatismo enfraquecem o cristianismo, pavimenta o caminho de Laodicéia e abre o caminho para o ecumenismo. Olhe para o cristianismo protestante que aderiu ao pragmatismo e ao relativismo: são eles os porta vozes do ecumenismo e a força propulsora que injeta o mundanismo para dentro da igreja. Nas palavras do Pastor Presbiteriano Augustus Nicodemus: “onde o liberalismo teológico entra, o cristianismo bíblico acaba sendo substituído por uma outra religião muito próxima do humanismo secular” Apesar da deteriorização causada por esses dois conceitos, eles seguem sua linha de visão de muitos lideres evangelicos, e muitos aderem a elas. Conheço muita gente que era a favor de um cristianismo conservador e favorável ao movimento de santidade, e hoje mudaram de idéia. São pragmáticos e relativistas. A fidelidade ao senhor é trocada pela conveniência. O status eclesiástico, o favorecimento pessoal, o sistema de cabide de emprego parasitário eclesiástico, tudo isso tem afetado a idéia de muitos lideres. A convicção conservadora de muitos é facilmente trocada por uma visão relativista. O que vale nesse caso é a conveniência. Os frouxos dançam conforme a orquestra sinfônica da apostasia. É o nosso cristianismo raso, sem vida espiritual, que segue seu rumo até baixar ao nível completo do mundo, para logo em seguida ser julgado com mais rigor do que o próprio mundo.
A voz de muitos lideres modernos, que afirmavam ser pecado algo que agora já não é mais pecado, revela a conduta sombria de suas convicções. Sim e não, para uma mesma causa. Longe de se tornarem participantes da natureza divina, afrouxaram suas convicções, e mudaram, e toda a mudança para pior é decadência. E como Salomão, que de sábio cometeu loucuras, no final da sua vida, abrindo as portas para o ecumenismo, uma espécie de judaísmo eclético, onde guardar o sábado, assistir no templo e orar a Yavé, eram apenas liturgias que podiam ser encaixadas com praticas idólatras, que ele adotou por causa de sua associação com mulheres pagãs, muitos estão misturando a verdade com o erro, a espiritualidade com o emocionalismo, a substituição da mensagem do evangelho por mensagens evasivas de triunfalismo pessoal, e tantas coisas mais. E não poderia parar por aqui, sem mencionar o silencio também sombrio dos neutros. Uma vez que os que optam por ficar em cima do muro, não reagem mediante o mal que está diante dos olhos, acabam sendo cúmplices do pecado alheio, e acabam por adotarem uma espécie de alienação aliada ao erro. Os covardes religiosos, que emudecem diante da infâmia, são os sócios dos sacrílegos. Toda a neutralidade circunstancial em tempos de crise moral, é a sobremesa do Diabo. Os céus emudecem diante do omisso, e o inferno os considera como fortes aliados pela causa de satanás. A forte ênfase dos profetas antigos era a denuncia contra o pecado, não eram populares, e como Micaias, não tinha uma vida abastada, cheia de vantagens fruto do ministério que exercia, não mil vezes não! Ou quem sabe, Jeremias, jogado ao profundo poço, porque anunciava o que o povo não queria ouvir. Ele não vivia regaladamente tanto na posição religiosa, quanto na financeira, porque era profeta. Eles não eram relativistas, nem pragmáticos. A mensagem era anunciada, mesmo ao custo de resultados negativos, e assim foi realmente com Noé, chamado de pregoeiro da justiça. A verdade não era relativa, ela não mudava, a questão não era o resultado, mas obediência a Deus. A mentalidade dos profetas era tão avessa ao pragmatismo e ao relativismo, que Jonas em sua mensagem profética contra Ninive, não esperava a reação positiva dos ninivitas diante da proclamação do juízo contra a cidade. Ele aguardou o juízo sobre a cidade.
Muitos cristãos desenvolvem um conceito errado partindo da visão pragmática e relativista. Isso tem feito com que o evangelho seja vista sob uma ótica completamente fora do plano divino. Os fins não justificam os meios. A exploração de mão de obra humana, não pode ser justificada, porque se está construindo um templo protestante, um jovem não deve ser censurado, por praticar atos sensuais em seu namoro dentro ou nas proximidades do templo, porque isso pode ofende-lo e distancia-lo dos caminhos do Senhor. Sinceramente, tolerar o pecado, para não distanciar o pecador da igreja, não é se preocupar com a sua alma, mas tão somente com a presença numérica de pessoas freqüentando os cultos. No final das contas, é tão trágico morrer perdido fora, como dentro da igreja. um culto show, tipo muitos hinos triunfantes, com peças teatrais carregadas de elementos emocionais, não deve ser considerado como culto abençoado, só porque as pessoas choraram e pularam durante a encenação. Há muitas espécies de “batismos no Espírito Santo” que são assim, as pessoas recebem e choram, falam palavras e expressões verbais desconhecidas, e no outro dia, estão mortas espiritualmente. É um fogo que se apaga, uma lâmpada sem azeite suficiente, algo sem qualquer resultado positivo, mas o que valeu foi a experiência imediata. Algo que só resumiu em suor, gritos, pulos e canseira. Mas os fins justificam os meios. Quando Jesus falou sobre o receber o poder, tinha um objetivo comum, ser testemunha até os confins da terra. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. (At 1:8). Há um propósito no pentecostes, e um propósito em cada experiência pentecostal.
Com relação ao relativismo, ele tem sido o principal braço teológico da apostasia. A perda dos absolutos bíblicos levam as pessoas para um verdadeiro lamaçal de confusão. O relativismo funciona muito bem em qualquer sistema mundano. E de fato ele tem seus fortes representantes lá no mundo. Aliás, o relativismo joga a principio a igreja contra a parede, e só existe duas opções, aliar ao relativismo ou opor-se a ele. Neste ultimo caso, a igreja é denominada pejorativamente de fundamentalista, fanática, intolerante, atrasada, antiquada, inimiga da liberdade e do sistema, antidemocrática e inimiga da justiça. É pressionada, perseguida, caluniada, e corre o risco de novamente acabar indo para as masmorras de uma nova inquisição ou para a arena de um novo coliseu moderno. Não se enganem porque os que estão defendendo os valores judaicos cristãos, já estão sendo processados no mundo ocidental, em diversos paises. As leis tendem a ser completamente relativistas e de tendências completamente liberais, pressionando os que não aderem as transformações necessárias para a chegada do grande líder mundial: o anticristo.
Em um mundo onde a moral está se afundando cada vez mais, o cristão sofre o choque contra essa tendência decadente, ou se adapta a essa tendencia. Jesus profetizou que a iniqüidade iria se multiplicar “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. (Mt 24:12)”. Ele também fez um paralelo entre os tempos finais e os dias de Noé “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. (Mt 24:37)”. Olhando para o contexto de Gênesis 6, vimos que a sociedade daquela época estava corrompida moralmente, e que havia a pratica de casamento ilícito, “casavam-se e davam-se em casamento” parece ser uma tendência social para o divorcio e a poligamia e o adultério desenfreado. Podemos imaginar que a sociedade antidiluviana era uma sociedade relativista e pragmática. Havia a tecnologia a serviço do mal, a corrupção do gênero humano em todas as áreas, a descrição de Moisés com relação ao comportamento social é assustadora: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. (Gn 6:5). Isso é praticamente assustador e muito parecido com o nosso tempo. Eis a época em que a igreja está vivendo! Dias difíceis, onde ela se encontra em uma encruzilhada entre a fidelidade e o martírio provavelmente, ou a associação com o mundo para participar dos direitos de cidadão de um mundo, que tem fortes raízes de ódio contra o Santíssimo. Um mundo que jaz no maligno, e tem um príncipe que por fim aparecerá, para os que aguardam a chegada de uma nova ordem mundial.
O pragmatismo e o relativismo tentam diluir a mensagem cristã, isso é inaceitável. Nesses tempos de confusão, a questão é colocar em pratica nosso discernimento para saber onde ele está sendo aceito, para evitar um contato com ele. Uma vez que seja detectado, não pode haver neutralidade, ou devemos sair fora do sistema, ou devemos se opor a ele as custas de nossa própria reputação. Deus deve ser exaltado, e não nós mesmos. Na visão pragmática e relativista, o fundamentalista (um conceito evangélico designando os que acreditam nos valores absolutos da moral judaico cristão, e que tem uma visão conservadora dos costumes e uma defesa da santidade como padrão de vida, e uma aceitação de todas as doutrinas centrais do cristianismo) é considerado, ultrapassado, fanático, inimigo da causa comum, bitolado, etc. os púlpitos o evitam, os lideres pragmáticos e relativistas desprezam os pregadores dessa linhagem. Ele é considerado o inimigo da nova ordem mundial que está surgindo na história da civilização. A crise já se estendeu por toda uma nação outrora considerada protestante: os Estados Unidos. Agora considerada uma nação pós-cristã, onde em muitos locais como escolas e universidades, é proibido carregar um lápis com dizeres evangélicos, não mais é permitido orar, e o evolucionismo é fato, e criacionismo fabula. O relativismo e o pragmatismo são os úteros onde serão gerados os mais assombrosos monstros que a humanidade vai conceber e conhecer. Assim como na antiguidade antidiluviana, a associação entre as filhas dos homens e os filhos de Deus, devido ao casamento ilícito, a imoralidade crescente, foram gerados os Nephilins, gigantes, uma raça terrível, deformada e violenta e decaída. Nossa civilização está armando o palco para os mais terríveis cenários que os olhos humanos jamais viram. O relativismo tem sido a maquina ideológica que faz com que milhões de fetos de crianças inocentes, sejam assassinadas e colocadas no lixo, através do aborto. Um verdadeiro campo de concentração legalizado. Aos olhos do mundo, não há problema nisso, eles estão amortecidos, mas o juízo de Deus enfim virá. O mais trágico nessa historia toda é que protestantes evangélicos, outrora conservadores, embarcaram nessa onda do pragmatismo e do relativismo, sem ver perigo nenhum nisso. Que esta matéria possa servir de reflexão, que haja reação, uma união por uma causa comum. Chamar o pecado de pecado, as custas dos riscos que isso possa implicar, e adotar o modelo divino do evangelho, não importa o quanto isso possa nos tornar antiquado aos olhos dos outros.



CLAVIO JUVENAL JACINTO

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