quinta-feira, 6 de maio de 2010

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. (1Co 2:1). Com essas palavras, Paulo se dirigiu a comunidade cristã de Corinto, alegando que não estava manipulando seus ouvintes. Sua predica e seu ensino eram basicamente fundamentados no poder do Espírito Santo, traços virtuosos que aparecem também na vida de Apolo. Paulo então esclarece os corintos: “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder” (1Co 2:4).
Isso já não se vê mais no cenário evangélico carismático atual. O misticismo e a manipulação psicológica para enganar e arrancar dinheiro das pessoas tem sido a força espiritual em muitos movimentos. Para vergonha do evangelho, a lavagem cerebral, e emocionalismo delirante e coisas desse gênero, recheiam os púlpitos liberais, onde muitos precisam fazer sucesso com predicas de prosperidade e auto-estima. As aberrações podem ser vistas no resultados dos avivamentos distorcidos da nossa era de apostasia. Os templos ficam lotados quando o negocio é o negocio. Cultos de milagres e curas, prosperidade e coisas dessa esfera da apostasia. Mas o povo some literalmente quando a pregação é centralizada na cruz, na renuncia de si mesmo, no caminho estreito, quando o tema é jejum e oração, consagração e separação do mundo, ai a coisa complica. Nosso evangelho moderno ensina que devemos receber de Deus, e não nos entregarmos a ELE. Até mesmo o dizimo tornou-se um sistema não de doação voluntária mas de coerção, um investimento, um negocio lucrativo. Já vi pregadores, pregarem coisas assim: “doei meu carro o ano passado para a obra missionária e agora tenho dez carros...” essa mitologia não funciona, mas a coerção da predica manipulativa faz com que as pessoas acreditem em tal coisa. Se assim fosse, porque o predicador não deu seus 10 carros para receber 100 carros no próximo ano? Não é estranho que ele não aja de acordo com suas convicções? Mas tente convencer os outros do que ele mesmo não acredita?
O poder espiritual não vem através desse estilo de vida extravagantes que vivem a maioria dos pregadores modernos, que cobram os olhos da cara para pregarem, vendem seus CDs e DVDs, e se tornam multimilionários através do “dom’ que receberam. O poder espiritual não vem desse estilo de vida confortável, de hotéis cinco estrelas e carros importados, quase sempre a teologia da prosperidade funciona muito bem para quem arrecada os dividendos dos incautos, não dos desavisados que são muito crentes para crer nas abobrinhas teológicas dos falsos profetas, mas que por falta de um estudo serio das escrituras, acabam caindo no laço do passarinheiro da teologia da prosperidade . ora meus amados, Pedro o grande apostolo do Senhor já tinha profetizado acerca desses: “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. (2Pe 2:3).
Fico preocupado quando afirmações como as do Dr Gary Greenwald, no livro Desmascarando As Seduções (Editora Atos) são expostas para a igreja moderna: “há manifestações variadas de feitiçaria operando em todas as igrejas do mundo. Especialmente nas igrejas carismáticas” (Pág 91) isso não é terrível? Não é preocupante?. As manipulações são reais e perigosas, elas existem para:
1) Sugar dinheiro dos ouvintes para a “obra de Deus” e para o sustento de ministérios imperiais.
2) Ganhar status de ungido e assim receber louvores dos homens
3) Para ter êxito no ministério e massagear o ego com as glorias dos homens.
4) Para se sobrepor entre os demais
5) Para demonstrar ser ungido e super espiritual
6) Para obter resultados, pois na maioria dos lideres modernos, o êxito é ponto focal do ministério.

Infelizmente isso é uma realidade diante de nossos olhos, pior é que as pessoas se fazem vitimas passivas.


CLAVIO JUVENAL JACINTO

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