quinta-feira, 14 de outubro de 2010

As ovelhas cegas



Havia num aprisco muitas ovelhas que estavam ficando cegas pelos maus tratos e pela comida inferior que recebiam todos os dias. Ao invés de pastos verdejantes comiam lama misturada com açúcar embaladas com rótulos da teologia da prosperidade. Havia também sorvetões feitos de teoria humanistas, que as pobres ovelhas também degustavam muito. Nas badaladas festinhas de final de semanas e shows de musica de auto-estima,musicas próprias para servir de estimulo para abrir o apetite e comer aqueles capins secos, sermões de psicologia e triunfalismo terreno, regada a drinque de profetadas, pudins de delírios visionários, refrigerantes de óleos de unção misturados com sal grosso, haja estomago! E as famosas balinhas de goma sabor de sete votos e não pago nenhum.

As ovelhinhas fracotas, de pernas tremulas, comiam e comiam e se lambusavam de tantas coisas “gostosas”. Que trato!

Um dia certo pastor chegou com um saco cheio de novidades, e as ovelhas já perceberam o que rolava no pedaço: comida para iludir a alma e fortalecer o ego das pobres ovelhas. As luzes do show pirotécnico espiritual também foram acesas. Chegava novidade no pedaço. Comida nova, suco de rosa ungida misturada com farinha de superstição, bolacha “Deus só quer o coração” e bolinhos “tudo é permitido, não faz mal” e as famintas ovelhas trituravam os bolinhos e as bolachas e se babavam de tanto comer, devoravam tudo como se a fome fosse incontrolável. E cada vez mais a visão estava se indo. Já não viam mais o poente e o nascente, e cada vez mais as ovelhas perdiam a visão. Certo pastor Timtim, o mais velho da turma, chegou com a tal unção do riso, e as ovelhas caiam na gargalhada, era uma alegria extravagante, e os pastores das pobres ovelhas celebravam o êxito ministerial. “Como nosso povo é feliz” comentou um deles.

As ovelhas pobres tinham garganta de aço, conseguiam engolir tudo o que seus pastores colocavam no aprisco. Pastor Dandam disse outro dia: “alimento novo no cardápio turma!”

E abriu o saco, e foi jogando para as ovelhas mingau de areia do mar morto e suco de suor ungido dos profetas da terceira dimensão. Pobres ovelhas, cada vez mais perdiam a força de seus olhos e já não conseguiam mais discernimento da realidade. Certo dia a porteira se abriu, e as ovelhas saíram correndo do aprisco, uma após a outra , e as que estavam na frente gritavam e celebravam a liberdade de um passeio, e saíram pelo mundo perverso, enquanto seus pastores descuidados estavam trocando idéias para inovar o cardápio para a própria semana, trancados lá no escritório, em felpudas almofadas e ar condicionado. Então as ovelhas cegas correram e correram para longe do abismo, celebrando a liberdade cristã que deduziram possuir, mas havia um abismo a frente delas, e elas não viram, e uma após uma caíram no abismo, e pereceram para sempre...

Pobres ovelhas, quem perde a visão também perde a direção...

AMIGO, SE VOCÊ É OVELHA, CUIDE-SE, PROCURE UMA IGREJA ONDE O EVANGELHO É PREGADO COM INTEGRIDADE, SINCERIDADE E SANTIDADE. NÃO PERCA A VISÃO PARA NÃO PERDER A VERDADE.

CJJ

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