quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O GRANDE ENGANO DO FOGO QUE QUEIMA


O GRANDE ENGANO

DO FOGO QUE NÃO QUEIMA

Autor: desconhecido

O que é o esoterismo?

Esta palavra abarca tudo aquilo que é conhecido por um núcleo restrito de pessoas, e que não pode ser revelado publicamente, como, por exemplo, um tipo de magia particular, as técnicas de leitura das mãos ou das cartas, as fórmulas para evocação dos espíritos e os sinais utilizados para firmar pactos com o diabo.

O esoterismo é qualquer coisa de misterioso, de secreto, de oculto. É uma linguagem conhecida apenas de poucos eleitos, que o utilizam para atingir os seus objectivos pessoais. Por isso, o esoterismo é, de facto, uma forma de exercer determinado poder em relação a outra pessoa.

Quem exerce esse poder? Os «iniciados». Ou então, os poucos eleitos que tenham sido admitidos ao conhecimento de algum culto ou magia particular, como os astrólogos, os cartomantes, os bruxos e os magos de qualquer tipo.

Os iniciados exercem um grande poder sobre os outros. E esses «outros» são muitas vezes pessoas débeis e frágeis, em crise ou em dificuldade. São pessoas que estão a atravessar um momento crítico da sua vida, que procuram respostas imediatas para as suas próprias interrogações ou uma solução para os seus problemas (cf. p. 9).

O «boom» do esoterismo

Nos últimos anos, o interesse dos jovens pelo esoterismo aumentou de forma assustadora. Horóscopos, amuletos, Tarot e sessões de espiritismo tornaram‑se os companheiros de caminhada das novas gerações, vítimas de um verdadeiro bombardeamento esotérico, efectuado através dos meios mais variados: música, televisão, jogos de vídeo, banda desenhada, cinema e discotecas.

Trata-se de um bombardeamento que encontra terreno fértil na vida de muitos jovens, tantas vezes caracterizada por uma solidão profunda, por situações familiares difíceis e por incertezas frente ao futuro. O interesse pelo esoterismo, pro­posto como solução imediata para os problemas quotidianos, pode causar danos enormes na mente dos jovens. Pode con­tribuir para criar uma geração de «novos escravos», apanha­dos na armadilha do seu próprio comportamento. (cf. p. 10)

Os guerreiros de Satanás

O bombardeamento esotérico contra os jovens tem «agentes» bem determinados, plenamente conscientes daquilo que estão a fazer. São aqueles que aderem a seitas satânicas ou que se reconhecem nas doutrinas mágicas de algum «mestre» particular. Podemos defini‑los como «os guerreiros do diabo». Combatem pelo demónio, porque acreditam nele. O seu objectivo é difundir o mal e, para fazê‑lo, estes «guerreiros» apostam sobretudo na corrupção dos jovens, que serão os protagonis­tas da sociedade de amanhã. (cf. p. 11)

Como se difunde o «vírus» do esoterismo?

Tudo brota de um grande equívoco. Os jovens pensam que o esoterismo é uma realidade bela, simpática e fascinante. Julgam encontrar no ocultismo um aliado para resolver os seus problemas pessoais. E assim, aproximam‑se com confiança das práticas de mágica, do espiritismo e do satanismo, sem se aperceberem que estão a brincar com o fogo.

O «vírus» do esoterismo difunde‑se porque, entre os jovens, cada vez há menos anticorpos contra ele. Não existem defesas imunitárias. Nos últimos anos, os jovens sofreram uma espécie de lavagem ao cérebro que os levou a perder o medo daquilo que pertence ao mundo do oculto. No entanto, a abordagem dos ambientes esotéricos pode representar um verdadeiro risco. Participar numa sessão de espiritismo ou num rito satânico significa abrir de par em par as portas de mundos verdadeiramente perigosos. Começa‑se por brincadeira, sem nunca saber onde se pode chegar.

Os «agentes» de que antes falávamos trabalharam bem. Utilizaram todos os meios de que dispunham para fazer os jovens acreditar que o esoterismo não faz mal: da televisão à música rock, das discotecas aos jogos de vídeo. Por conse­guinte, o fogo já não faz mal. Pelo contrário, até é recomendável. (cf. p. 13)

A brutal realidade do mundo

Gostaria de esclarecer que este livro não pretende representar um ataque generalizado à televisão, à música, ao cinema, à Internet ou a qualquer outro instrumento de comunicação. Todos os meios podem ser utilizados tanto para o bem como para o mal. Pensemos, por exemplo, no bisturi. Nas mãos de um assassino, pode matar, mas nas mãos de um bom cirurgião, pode salvar milhares de vidas humanas. De igual modo, a música, o cinema, a Internet e a televisão são meios de comunicação extraordinários que também podem ser utili­zados para fazer bem à Humanidade.

Não é correcto atribuir toda a responsabilidade pelo mal‑estar juvenil aos meios de comunicação, à música rock ou às discotecas. Estes elementos, com efeito, constituem apenas uma parte do problema. Também se deve ter em conta as muitas situações amargas vividas pelos jovens de hoje, que os tornam cada vez mais frágeis e vulneráveis. Pensemos, por exemplo, na dificuldade de encontrar o trabalho de que se gosta. Pensemos nas grandes esperanças dos jovens, que saem da escola ou da universidade e que têm de se confrontar com a brutal realidade do mundo.

Na escola são educados para a honestidade, para a lealdade, para a justiça, mas depois, com o passar do tempo, apercebem‑se que quem singra na vida são, muitas vezes, os astuciosos, os ladrões e os bajuladores. Além disso, a honestidade parece ser apenas uma incómoda «faca apontada ao peito», que ameaça fazer‑nos morrer de fome.

Os jovens têm um coração grande e nobre. Dificilmente faltam aos compromissos tomados. Frente às terríveis injusti­ças da vida, sentem‑se traídos, violentados, aviltados.

Em muitos casos, os verdadeiros «diabos» que atentam contra a vida dos jovens, não são os desenhos animados japo­neses nem o rock satânico. São os pais ausentes, os patrões desonestos, os políticos corruptos, os traficantes de droga, os pedófilos, os traficantes de crianças, os hipócritas e os mafio­sos de todas as raças. São os silêncios, as cumplicidades táci­tas, as injustiças, as indiferenças, os compromissos e a incapa­cidade de comunicação da vida quotidiana. (cf. p. 14-16)

AS MASCARAS DO ESOTERISMO

Um grande equívoco, que traz enganados muitíssimos jo­vens, é o de acreditar na existência de uma magia «boa» (a magia branca) e de uma magia «má» (magia negra).

Não há nada de mais falso. Não existem magias boas e magias más. Com efeito, toda a magia é má e perigosa, porquanto coloca o homem num estado de escravidão e de condicionamento psicológico.

Do ponto de vista histórico, o esoterismo sempre esteve em contraposição com o cristianismo. Jesus é o anti-esotérico por excelência. É o homem que combate os ritos vazios, os negociantes do sagrado e o palavreado excessivo dos pagãos. É um Deus que simplifica tudo e que declara estar presente onde quer que haja pessoas reunidas em seu nome.

Nos ensinamentos de Jesus não há nada de secreto. Cristo deseja difundir o mais possível a sua mensagem. Não é por acaso que faz o seguinte convite: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.» Assim, ninguém fica excluído.

O esoterismo, pelo contrário, é uma realidade oculta, mis­teriosa, revelada apenas a um pequeno número de «iniciados»: ou seja, é precisamente o contrário do cristianismo. (cf. p. 20)

O bombardeamento da magia

Os jovens de hoje são bombardeados por uma série de mensagens que os levam a simpatizar com a magia, nas suas diversas expressões. São mensagens transmitidas pela música, pelas discotecas, por certas revistas para adolescentes, pela televisão e por outros meios de comunicação.

A cantora do conjunto Opera IX, Cadaveria, numa entrevista revelou: A nossa música torna‑se um "Acto Ritual" destinado a celebrar as crenças de povos antigos, a honrar espíritos supremos e a libertar as energias ocultas das dimensões e dos universos paralelos ... Nos seis actos do disco The Black Opera imaginámos a travessia deste percurso por um ocultista‑guerreiro, até ao pleno conhecimento da verdade. Como guia escolhemos Shatyan, Lúcifer, portador de luz, uma luz simbólica que encarna a inteligência e o domínio supremo dos poderes ocultos». (cf. p. 21)

Todos os rostos do esoterismo

Astrologia. É a prática que estuda o futuro e a personalidade com a ajuda dos astros. É considerada completamente inocente, embora possa representar um primeiro passo para outros interesses esotéricos mais elevados. Muitos jovens, infelizmente, acreditam cegamente no horóscopo e nos signos do Zodíaco. Não é por acaso que, quando travam uma nova amizade, muitas vezes perguntam: «De que signo és?»

Quiromancia. É a leitura das mãos. Consiste na interpretação dos sinais presentes na palma da mão, para conhecer o destino e o temperamento de determinada pessoa.

Cartomancia. É a leitura dos «Tarots». Escolhendo um certo número de cartas, com desenhos particulares, tenta‑se chegar ao conhecimento do futuro de uma pessoa.

Amuletos e talismãs. São todos os objectos aos quais se atribui um poder mágico. Os mais vulgares são pedras, cola­res, anéis e cristais. Usando‑os, fica‑se com a ilusão de que eles serão portadores de mais sorte e serão capazes de mudar a própria vida.

Filtros mágicos. São misturas especiais, criadas por ma­gos, que supostamente têm o poder de resolver os problemas das pessoas. Na realidade, muitos jovens preparam‑nos sozi­nhos. Há quem os beba e quem os dê a beber, pensando que assim se alcançará determinado objectivo, sobretudo no cam­po sentimental.

Ritos e fórmulas mágicos. São praticados por magos. Também neste caso, entre os jovens está na moda o «faz por ti». Muitos jovens costumam recitar fórmulas mágicas ou pra­ticar ritos esotéricos pelas razões mais díspares: para con­quistar um rapaz, passar num exame ou até para ganhar um jogo de futebol.

Espiritismo. É a prática pela qual se invocam as almas dos mortos, pensando estar a falar com eles. Requer, geralmente, uma pessoa que sirva de intermediário com o além, pessoa essa designada por médium. As chamadas «sessões de espiritismo» são muito populares entre os jovens, que às vezes as praticam por brincadeira. Trata‑se, porém, de um jogo arriscado, que pode levar a caminhos muito perigosos.

Satanismo. É o culto do diabo, que parece estar a tornar‑se cada vez mais popular entre os jovens. Nalguns casos, pode levar os jovens a celebrar ritos sacrílegos, como o roubo de hóstias consagradas nas igrejas ou de caveiras e ossos nos cemitérios. Alguns podem chegar mesmo ao homicídio, como sacrifício supremo oferecido a Satanás.

Clarividência. É uma faculdade segundo a qual algumas pessoas seriam capazes de conhecer o futuro ou o destino das pessoas. O mecanismo é o mesmo da cartomancia e da quiromancia.

Pêndulo. É um objecto «mágico» suspenso de um fio. Oscilando de um lado para o outro, deveria dar resposta a determinadas perguntas sobre o próprio futuro. Nos últimos anos tornou‑se muito popular entre os jovens, por culpa de algumas transmissões televisivas que o têm utilizado para tentar conhecer antecipadamente os resultados dos jogos de futebol. (cf. p. 23)

A cultura do «não fazer»

Hoje em dia, todos estes instrumentos esotéricos têm larga difusão entre os jovens, muitas vezes atormentados por interrogações sobre o amor e sobre o próprio futuro. Trata‑se, sem sombra de dúvida, de instrumentos extremamente perigosos. Acreditar no poder das cartas, do horóscopo ou de um amuleto significa recorrer a qualquer coisa de estranho à própria vida para resolver determinado problema. Significa renunciar a empenhar‑se na prossecução de um objectivo, delegando tudo no presumível «poder» de um talismã, de um filtro mágico ou do mago consultado.

A ideologia esotérica é fortemente deseducativa para os jovens, porque não os ajuda a esforçar‑se. É a lei do «quero tudo imediatamente». Gosto de um rapaz? Em vez de conquistá‑lo através da simpatia, da doçura e do afecto, recorro a um filtro mágico. Tenho alguma dúvida sobre o futuro? Em vez de usar a cabeça para encontrar uma solução inteligente para o problema, recorro à consulta das cartas ou do horósco­po. O mesmo acontece se eu quiser passar num exame de condução. Em vez de me empenhar seriamente no estudo, recito uma fórmula mágica ou meto no bolso um talismã da sorte.

Em certos casos, partindo destas pequenas atitudes esotéricas, também se pode chegar à prática do satanismo. Muitos jovens, depois de terem coleccionado amuletos e praticado a chamada «magia branca», acabam por acreditar na ideia do «pacto com o diabo», que representa um meio mais avançado para alcançar os objectivos pessoais.

Os riscos do esoterismo

Os riscos que os jovens correm, ao frequentar os ambien­tes do esoterismo, são muitos e variados. O estudioso Andrea Menegotto, num artigo publicado no boletim da associação Una Voce Grida, escreveu o seguinte: «Com base em estudos de psicologia e psiquiatria, foi descoberto que o recurso às técnicas ocultas pode provocar uma degradação gradual da saúde mental, até se chegar a verdadeiras alienações e desvios da personalidade».

Mais elementos de perigo foram assinalados num recente Relatório sobre magia e esoterismo em Itália, chegou à conclusão que «a magia, como ideia antropológica, social e popular já quase não existe. Existe, pelo contrário, uma pseudo-magia sem escrúpulos, que utiliza todas as técni­cas de mercado (exclusivamente para fins comerciais) para chegar aos ingénuos, aos supersticiosos e aos cidadãos que se encontram em estado de necessidade». (cf. p. 27)

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